INVASÃO DJAHOJANA



DEJAOJE

Há pouco. Há pouco tempo atrás. Expressão cuja origem está na fala de origem portuguesa. Citada por Mário de Andrade em Macunaíma, numa visão ainda mais culta (de já-hoje) dessa palavra. “Macunaíma pediu para ela ficá com os olhos fechados e levantou todos os córregos, tudo, pro lugar em que estava de já-hoje no mondongo” (Mário de Andrade Op cit p 14) . Neste caso, seria um exemplo de metanálise.
Na idade média existia uma forma parecida ‘já’gora’ . “O conselho mais acertado que jágora podemos ter é que nos esforcemos como cavaleiros” (Rui de Pina - Apud Ofir Chagas- Algarve e Andaluzia no Itinerário de Dom Paio Peres Correa” p. 41) Var. Dijaoje, desaoje, djaoje, diaois, djaojinha.

Fonte: Linguística Catarinense. http://linguisticacatarinense.blogspot.com/2009/06/palavras-com-d.html

Dizem que “para bom entendedor, uma palavra basta”, mas, convenhamos, isso é exagero! Bastou uma palavra para que fôssemos invadidos por uma civilização extraterrena. Calma!Calma! Não entrem em pânico! Não precisa saquear supermercados, nem esconder-se em abrigos subterrâneos com um estoque de picles e latas de conservas! É uma invasão “do bem”, os aliens em questão, os Djahojanos, são uma raça que se encontra num estágio evolutivo muitos anos-luz à frente da nossa humanidade. De seu mundo distante, vieram para uma cidade chamada Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro. Como assim não pousaram nos Estados Unidos que nem nos filmes? Fala a verdade, você acha que todos os extraterrestres têm que concordar ou conhecer esse clichê imperialista de que os EUA são o umbigo do mundo? Eles vieram para Campos, mesmo. Os Djahojanos possuem um imenso poder telepático com o qual são capazes de rastrear os planetas em busca de traços evolutivos que consideram suficientes para incluí-los em sua Fraternidade Galática Djahojana e, assim, compartilhar conhecimentos e tecnologia que empregam apenas para a paz e prosperidade no universo. Segundo eles toda civilização, quando chega ao estágio mínimo de desenvolvimento, que garanta o salto quântico em sua evolução, recebem esse “empurrãozinho” alienígena.  Mas existe um sinal, uma senha cósmica que, no momento devido, é descoberto intuitivamente por essa civilização. A “senha cósmica” é a expressão “Dejaoje”, que, por acaso, é uma das muitas expressões regionalistas do povo campista.   

Os terráqueos nativos da distante cidade de Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro, quando querem se referir a algo que está situado num tempo ocorrido faz bem pouco tempo, tal como “agora a pouco”, vociferam seu mantra “dejaoje”. “Djaoje falei com você tal coisa!” “Djaoje acordei muito cansado.” Tem até a uma variação dessa expressão, para aquilo que acaba de acontecer: “Coincidência, li sobre esse assunto dejaojinha!”

Pois é, os aliens Djahojanos consideraram que os campistas apresentam traços germinais de evolução porque conhecem o “mantra” da Fraternidade Galática, e, por isso, devem investigar os usos e costumes desse povo para confirmar suas suspeitas...

Os Djahojanos foram alguns dos personagens que criei para o jornal O Diário em Campos dos Goytacazes. Vou postar aos poucos as peripécias dos aliens do bem e aguardo os comentários e até sugestões para novas tirinhas, afinal, o que mais tem me agradado nesse novo mundo da blogsfera que estou explorando é justamente a interação, por isso, aguardo contato imediato!